O design como instrumento de expressão pessoal

20 abril 2022
O design como instrumento de expressão pessoal

Entender a arte como uma forma de posicionar-se no mundo é, de certa forma, um consenso.

Através da poesia, da pintura, do artesanato e tantas outras manifestações artísticas, pessoas de todo o mundo, todas as gerações e todos os povos se expressam e manifestam suas identidades, diferenciando-se das demais e criando identificação com outras.

Hoje, quero propor que vejamos o design também dessa forma.

Há quem defina o design, inclusive, como uma forma de arte - e isso definitivamente não é um consenso. Na prática, podemos estabelecer uma distinção entre os dois, especialmente quando falamos de funcionalidade.

Ou seja, tanto o design como a arte reúnem técnicas criativas e transmitem uma mensagem implícita e/ou subjetiva ao mundo.

Porém, o design se propõe a ser também funcional: ele se aplica às necessidades materiais das pessoas.

Isso não quer dizer que o design é superior à arte ou vice-versa: cada um cumpre o seu papel e, muitas vezes, até se complementam.

Entendidos esses pontos, vamos ao objetivo central dessa conversa: observar o design como uma forma de expressão pessoal.

Se você é profissional ou estudante de design, já deve ter percebido que é muito comum - eu diria que até inevitável - identificar-se com pessoas que trabalham o design da mesma forma (ou de maneiras parecidas) que você.

Isso não é meramente coincidência ou algo banal. Pelo contrário, significa que vocês enxergam a prática do design sob a mesma óptica e compartilham, em algum nível, os valores, as ideias, as emoções e toda a subjetividade que aquelas peças ou obras transmitem.

O meu trabalho, por exemplo, é carregado de memórias afetivas e de referências à brasilidade. Outros designers que também incorporam esses detalhes em suas obras irão naturalmente se conectar comigo.

Mas, assim como funciona com a arte, não é preciso ser um profissional para ser “tocado” pelo design.

A afetividade das minhas obras é justamente pensada para explorar sentimentos e sensações dos usuários, resgatando dentro das pessoas valores em que eu acredito e quero compartilhar.

É por isso que uma pessoa que adquire/usa uma peça de design também a utiliza como expressão pessoal.

Pense no design de interiores: uma pessoa alegre e otimista, por exemplo, irá buscar uma decoração para o seu home office que traduza esse seu posicionamento em relação à vida. Consequentemente, irá procurar um mobiliário igualmente “positivo”, que traga em suas formas, cores e demais características a mensagem que ela deseja passar ou experienciar.

Costumamos perceber a moda desse jeito, não é mesmo? Sabemos que a maneira de se vestir é uma das formas mais comuns de se apresentar às demais pessoas.

Não à toa, a moda é também trabalhada pelos designers - a área em si se chama design de moda -, que entendem a potência e a necessidade das pessoas de usarem o vestuário como complemento da identidade pessoal.

Para nós, que trabalhamos com as diversas “faces” do design, a reflexão que fica é: como podemos potencializar essa relação?

Ou, em outras palavras, que tal pensarmos nosso trabalho como uma ferramenta de identificação e manifestação das pessoas?

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