Há algum tempo, conversamos por aqui sobre as novas demandas, impostas pela pandemia, para se viver bem.
Já é um consenso que, nos últimos tempos, “morar” tornou-se algo ainda mais importante.
Ou seja, agora, o valor do lar transcende a matéria e supera alguns entendimentos: nossas moradias precisam ser muito mais do que confortáveis e funcionais. Precisam ser afetivas. Precisam ser nossas.
Aqui, não me refiro, é claro, à posse. Um lar “nosso” é um ambiente que acolhe e impulsiona o nosso modo de viver.
Acima de tudo, lar é o que oferece reconhecimento e proteção aos seus moradores, e isso está intimamente ligado ao design.
Recentemente, fomos surpreendidos por duas gigantes da moda anunciando suas inéditas “linhas home”.
Para a temporada primavera/verão 2022, a Gucci e a Hermès - importantes referências estéticas para todos nós, inclusive - produziram peças para a casa, como caixinhas, pesos de papel, louças, adornos e mobílias.
Uma infinidade de peças que oferecem a proposta que estas marcas já trabalham: a identificação através do estilo pessoal. Mas, dessa vez, o estilo de onde se vive.
Assim como a manifestação de cada ser se dá pela moda - e nós já falamos desse assunto também - o home decor e o home design também cumprem este papel, mas de uma forma ainda mais íntima.
Digo, apesar de o lar também fazer parte da imagem que se passa ao mundo, afinal, somos seres sociais, recebemos pessoas etc., nossa casa é o primeiro e o principal “organismo” com o qual nos relacionamos todos os dias - sobretudo, vale lembrar, nestes tempos pós/durante a pandemia.
Por isso a importância de nós, designers e profissionais de áreas correlatas, entendermos este fenômeno, observarmos os movimentos das grandes influências e respondermos a isso.
Não é preciso ser uma grife internacional para produzirmos para os novos tempos, não é mesmo?
Esta evolução no relacionamento entre pessoas e seus lares é profunda e se reflete em toda a sociedade. Um compilado de informações da GQ mostra inclusive que:
- As buscas por “mesa de cabeceira”, “jardinagem” e “papel de parede” cresceram mais de 50% na Amazon.
- A Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm) registrou aumento de 23,61% nas vendas on-line de móveis e decoração.
- A venda de plantas ornamentais subiu 10% em 2020, segundo o Instituto Brasileiro de Floricultura.
- 55% das pessoas da classe A fizeram algum upgrade na decoração durante a pandemia, de acordo com o Grupo Consumoteca.
Vale lembrar que este é apenas um pequeno fragmento do “novo mundo” em que vivemos. São insights, dados e tendências que nos mostram que o futuro das moradias já começou.